O Concurso Nacional de Projeto de Arquitetura para Habitação de Interesse Social foi divulgado no dia 17 de agosto. A Companhia de Desenvolvimento Habitacional do Distrito Federal (CODHAB-DF) dividiu o concurso para habitações unifamiliares econômicas e casas sobrepostas em três categorias. Os grupos 1, 2, e 3 tiveram que criar unidades com um dormitório com expansão para mais um, dois dormitórios com expansão para mais um e três dormitórios, respectivamente.
Confira abaixo a proposta vencedora do Grupo 3, desenvolvida por Térreo Arquitetos:
Dos arquitetos
O objeto do concurso consistiu na seleção de 03 (três) melhores propostas de habitação de interesse social para 03 (três) tipologias divididas em três grupos: habitação unifamiliar econômica, casa sobreposta e habitação coletiva econômica. Foi necessária também que se apresentassem propostas mínimas para as instalações necessárias (projetos elétricos, hidrossanitários, telefonia, tv), compatibilizadas com o sistema estrutural, informações gerais e determinantes da implantação do projeto, do sistema construtivo, da manutenção dos materiais aplicados, bem como orçamento sintético estimativo, tudo de maneira a demonstrar a viabilidade financeira e técnica das habitações.
A cidade possui o seu desenho marcado por histórias, sendo resultado de suas relações de tempo e espaço. A arquitetura neste contexto não se apresenta como imposição, mas sim transformação, adaptando-se conforme as necessidades e oportunidades surgem. Como já disse Koetter, a cidade se apresenta perfeita em sua “imperfeição”, com suas colagens, frutos de intervenções livres em sua forma mais democrática, a ocupação e apropriação do ser humano perante sua morada. A arquitetura é reflexo das relações sociais, transformações temporais, culturais e politicas de cada geração, porém o modelo econômico, dependente e concentrador, que vigorou durante décadas no Brasil foi o fator responsável pelo acelerado processo de urbanização desordenada e teve como consequência a situação caótica das cidades e formação de um cinturão de miséria em sua periferia.
O direito à moradia constitui um direito social e humano, é elemento de grande importância para o desenvolvimento dos espaços urbanos, enquanto elemento indispensável ao desenvolvimento dos cidadãos e suas comunidades.
Propõe-se uma leitura de morada baseada em senso de comunidade, entendendo que as relações sociais associadas à infraestrutura básica e tipologia digna, devem ser os pilares para a produção da habitação. Oportunizar a apropriação e democratizar as decisões espaciais e espaços de convívio proporcionando ferramentas para sentimento de pertencer.
A proposta parte de um módulo habitacional embrião. A planta embrião é organizada em bloco íntimo e social, assim o programa é distribuído de acordo com os usos. Os blocos ficam desalinhados, resultando na produção de dois pátios externos para cada unidade habitacional. O pátio frontal é um espaço multiuso, possibilita diversas atividades comunitárias ou individuais, como; utilização de garagem ou jardim é um local de uso indeterminado pelo projeto, que permite a escolha livre de cada morador. Já o pátio posterior, configura uma área de apoio e lazer intimo para a habitação, possui compartimento fechado para instalação da área de serviço e oportuniza o uso de horta ou lazer recreativo.
Arquitetos
Autores
Arq. Felipe Kaspary; Arq. Paula Dilli; Arq. Rodrigo Reche; Eng. Anamélia AdrianoÁrea
65.0 m2Ano do projeto
2017